quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Interrompemos a nossa programação para a exibição da propaganda eleitoral gratuita...

A cada novo ano de eleição tenho me convencido da mudança que o nosso voto proporciona. De fato, vejo os repetitivos candidatos a uma vaguinha nas maravilhosas poltronas das câmaras e gabinetes cada vez mais bem aparentados e bem vestidos. Alguém duvida acerca das mudanças?! Não dá gente, é fato! Outra coisa interessante é acompanhar as gerações dos "bem sucedidos", pessoas "de família "que seguem a cartilha do sucesso e então apresentam-se no programa eleitoral aos montes: Fulano Filho ou Cicrano Neto. Dá gosto de ver estes meninos orgulhosos do título "filhinho do papai" e herdeiros dos investimentos da família, dos cargos públicos do papai graças aos votos também herdados e propagados ao longo das gerações dos filhos dos papais que quando muito conseguem quitar sua casinha já por volta dos sessenta anos e a confusa sensação de que a deixará como herança para os seus cinco filhos assim como o desmembramento da família visto a confusão que se dará quando da partilha.
O engraçado é que quando aparecem caras novas se candidatando, alguns que ousam conquistar um lugarzinho nos belos corredores dos suntuosos prédios e claro, no seleto grupo que é notícia nas colunas socias (onde políticos tem algo de artista, de celebridade), nós que assitimos do outro lado da telinha não conseguimos segurar a risada tamanha a falta de traquejo e carga de verdade em discursos sem muita elaboração baseados nas dificuldades sofridas por eles mesmos, mas que nós já tão acostumados sempre com mais dos mesmos acabamos achando a realidade mais ridícula que o teatrinho "nojento" costumeiro.
O resultado pouco expressivo nas urnas a respeito de candidatos com os quais talvez mais nos identificamos é a prova de que já aceitamos a condição de peças de engrenagem, nunca de donos da fábrica. Servimos com prazer e ainda aproveitamos qualquer oportunidade para mostrarmos gratidão por quem nos olha de cima. A prova disso é permitir que os figurões se auto promovam propagando imagens dos "grandes sacrifícios" que eles fazem tão resiginados como beijar nossas crianças e apertar as mãos calejadas de quem trabalha com pás e enchadas. Outro dia fiquei estarrecida quando acompanhando no noticiário o que entitulam "Dia do Candidato"  a forma enternecida como colocaram o fato de um candidato se dipôr fazer uma rápida viagem de metrô e preferir ficar em pé. Desde quando isso é uma opção para os "brasileiros comuns"?
Se tem uma coisa que aprendi é que não dá pra fugir, somos naturamente seres políticos. Não fazer nada já é fazer alguma coisa. Por isso que eu resolvi TOMAR PARTIDO (não pude evitar o trocadilho) das minhas próprias constatações, ainda que seja para aumentar a consciência de peça de engrenagem.



13 comentários:

Poupée Amélie™ disse...

Nossa, Ju! Adorei seu texto. Além do conteúdo, está muito bem escrito.
Bem, o que falar dessa época onde palhaços vão ao picadeiro? "Respeitável público!"
Pelamordedeus, ninguém merece.
BjO* queridona!

JPM disse...

Olá,

Grande sacada!

Bem, vamos do fim pro começo: certamente o candidato não quis sentar no banco do metrô para não sujar sua majestosa vestimenta da butique de luxo de Sampa que importa produtos caríssimos a preços de artigos "made in China"... sonegação pura... o advogado dos donos dessa empresa tem sobrenome de um político, ex-candidato presidencial... ademais, de pé será notado por muito mais gente!

Quanto aos filhinhos de papai, preste(m) a atenção como, ao longo da nossa história, se repetem alguns sobrenomes, digamos, os de escol, na política, na grande mídia, no judiciário, especialmente nas cortes maiores, nos grandes negócios, nas consultorias, nas universidades, enfim, onde o rendimento é elevado e onde, há, direta ou indiretamente, recurso público envolvido.

Saúde e felicidade.
JPMetz

Fátima disse...

Não sei se vc está em sampa, mas ando indignada com tudo na política como sempre, é não bastasse os herdeiros da politica, um coronelado disfarçado, agora tem os tiriricas, pelamordedeus! É o pior tenho certeza que imbecis como esse vão se eleger pq infelismente a grande maioria fica rindo feito idiota e não percebe a realidade.

Excelente texto

Beijos meu

✿ Regiane ✿ disse...

Olá!
Obrigada pela preciosa presença.
Seu texto está belíssimo.
Parabéns!
Uma triste realidade na política.
Dias melhores virão.
Tenha uma ótima noite.
Carinhosamente, Lady.

Atitude: substantivo feminino. disse...

Essa é a nossa dura realidade.
Odeio o fato do voto ser obrigatório, odeio ver propagandas do governo na televisão, vendendo o país como quem vende sabão em pó pra dona de casa..odeio gente que acha que tem que votar em qualquer um.
Eu sei que escolher um é difícil, é horrível, mas que opção temos? Há anos que voto estratégicamente..não tenho em quem votar mas não desperdiço.

Nossa democracia é uma piada!

Mulher Vã disse...

Mas que revortosa! Heheheheh

Ó,há tempos tambem tomei partido em não tomar partido, ou seja, me tornei totalmente apolítica. Eu sei que não ajuda muito, mas pelo menos não fico com o sentimento de culpa, quando eles estão lá no poder.

Ficar indignado é bom porque não deixa estaganar, mas estar sempre descontente tambem não ajuda.

O jeito é tentar arrumar um meio termo nisso tudo e tocando a vida como podemos.

Beijo moça e fqieu bem!

Al Reiffer disse...

Muito bem sacado o texto. Parabéns!

♪ Sil disse...

Juci, queridaaaaaaaaa!

Perfeito seu texto.

Eu abominooooooo essa época de eleição, em que somos obrigados a engolir tanta besteira.
Por mais que vc desligue a tv, não tem como fugir.
A sujeira está nas ruas.
Ninguem mereceeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee (Me benzo aqui).

Meu beijo de bom dia!!!

Cris Medeiros disse...

Belo texto! Eu odeio política, porque olho esse cenário sem esperança, eu juro que queria ter, mas só consigo enxergar uma máfia que manipula o povão pra continuar lá sem fazer nada, mamando... Então eu me alieno, talvez nem fosse a decisão mais acertada. Mas quando vejo que Romário, Mulher Melão e Tiririca, estão concorrendo a cargos públicos e pior, vão ganhar, aí eu quero mesmo é continuar alienada!

Beijocas e obrigada pela visita!

ValeriaC disse...

Juci querida, ótimo texto...época complicada...
Que seja maravilhoso seu final de semana! Beijos...
Valéria

Marcos Almeida disse...

Nossa adorei o post! é sempre bom tomar partido visto que somos políticos e não há como negar essa responsabilidade. Como diria Sartre somos condenados a liberdade a qual sempre estamos presos e somos responsáveis pelas consequências do mau uso das mesma interessante não?

Eduardo Medeiros disse...

JUci, é deprimente ver os candidatos a deputados falando. Cada figura...

Mas é fato que a política nos diz respeito. Somos afetados por ela a todo momento. Então, o que nos resta, é pesquisar muito, procurar conhecer bem os nossos candidatos, principalmente deputados e senadores.

abraços

Eduardo Medeiros disse...
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