Oscilamos entre dias felizes e tristes, entre um e outro estão os dias comuns. Alguém se destaca nos nossos dias assim com atitudes que arrancam de nós o estado de espírito corriqueiro ou simplismente joga um outro dentro de nós. Tudo, absolutamente tudo no que diz respeito a nossa humanidade depende de envolvimento, de relações: as que vivemos, as que fantasiamos e as que quase vivemos que são as que mais ferem. Careçemos de emoções, ainda que sejam ruins elas nos retiram do quase e nos levam para algum lugar.
Costumo dizer que não é tão difícil me fazer feliz, mas me entristeçe o fato de que talvez o que para mim seja pouco, venha a ser muito para quem eu gostaria que me fizesse. Não é só comigo eu sei. Escrever na primeira pessoa é força do hábito. O que trago de novidade hoje é um cálculo; eu sempre soube que as aulas de matemática me serviriam em muitas situações, mas não sabia que me traria felicidade. Você acorda como todos os dias e encontra as mesmas pessoas, algumas são parte da sua rotina diária e outras não, e algumas existem em sua vida com o maior prazer... Alguém que te faz um chá quando algo no estômago não caiu bem, uma outra pessoa que comenta com você a novela ou algo que vivenciaram ou viram juntos no dia anterior, lancham juntos. Mesmo nos dias tristes muitos te aceitam naturalmente, tão naturalmente que você não percebe. Mas basta uma pessoa, umazinha só para te fazer sentir rejeitada, sem importância, por ela você sente que quase foi feliz. Por que quem te machuca tem tanto espaço no seu coração sem o menor esforço para conquistá-lo?
Estou começando a sair do quase. Tenho estado feliz, só que ainda sinto um quase poderia ter sido mais feliz. Enquanto guardo espaço no meu coração para alguém que nem se importa em cuidar dele, as outras pessoas que fazem por merecer acabam apertadas, esquecidas, se contorcendo para ganhar um pouquinha mais de espaço, para que possam cuidar e decorar e assim como a um lar. Quando se trata de sentimentos teimamos em sofrer quando subtraimos uma unidade, ainda que tenhamos somado uma dezena. Achamos o dia terrível quando das 24 horas que ele tem passamos por cinco minutos complicados. Se o problema fosse só a injustiça que fazemos a nós mesmos já seria um grande problema. Mas o pior é que não cuidamos cedemos um espaço maior no nosso coração aos que realmente nos amam e merecem, para garantir o de alguém que se mostra indiferente. O único aperto que deveríamos permitir é o do abraço de quem nos dá a presença de presente. No abraço descobrimos que o amor é atemporal e reconhecemos o amigo de infância que conhecemos ontem, antes do que conhecemos a 10 ou 5 anos atrás. Pessoas especiais me fazem tão especial... e fazem muito para que eu me sinta assim porque desejam minha admiração por tanto me admirarem. Hoje eu sei que mereço porque fiz o cálculo certo.
Meu "português" é que está confuso como prova o presente texto, um abraço entre narrativa e dissertação. Mas por hora o que me contenta é a matemática. Estou emocionada. Amada. Amando. Não tenho abraço que desejei. Mas recebi exatamente o abraço que precisava. O meu abraço era o desejado por quem me abraçou. Foi emocionado. Amado. Amando. Porque o que importa não é o abraço que não recebi. O que importa mesmo é o abraço que me acolheu. Que os abraços não terminem no desenlaçar dos braços, para que continuem nos amparando quando alguém para quem abrirmos os braços nos dê as costas. Mas não dê você também as costas para quem te abraça para pedir o abraço de outro alguém, portanto cuide primeiro dos que te estão de braços abertos para você _ claro, desde que sejam braços que te façam sentir aconchego a ponto de que se entregue no mesmo gesto_ para só então depois abrir os seus braços para alguém que está de braços cruzados.
Não se demore... aceite toda felicidade que mereçe.
2 comentários:
Muito lindo o que você escreve em seu blog.Gostei muito!
Obrigado pela visita em meu blog.
Um abraço!
Muito obrigada, mesmo =)
Também vou seguir, beijinhoo*
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